quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Um Farol no Pampa, de Leticia Wierzchowski

Resultado de imagem para livro um farol no pampa capaAutora: Leticia Wierzchowski
Série: A Casa das Sete Mulheres #2
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2017
Páginas: 462
Skoob | Goodreads
*Exemplar recebido em parceria com a editora.
Sinopse: Um Farol no Pampa é um desdobramento do romance A Casa das Sete Mulheres. Neste livro os espaços se ampliam e perdem seus contornos, já não há a clausura de uma estância sitiada pela guerra, mas há o destino de um jovem de nome Matias. E há o medo diante dos caminhos que pareciam traçados, mas que se desfazem a cada passo na esteira dos assombrosos acontecimentos que levam o Império do Brasil à Guerra do Paraguai. A história de Matias se mescla com a ida das personagens femininas de A Casa das Sete Mulheres. E mais uma vez, Manuela, a eterna noiva de Giuseppe Garibaldi, dá a sua voz para nos contar o que foi feito do Rio Grande e da sua gente depois que a Revolução Farroupilha teve seu malfadado final. Uma Farol no Pampa trata do sutil e do épico, do amor e da tragédia, do mistério inescrutável que se esconde por trás de cada instante. E traz de volta para o leitor a companhia de personagens queridas como D. Antônia, D. Ana. Caetana, Mariana e Perpétua.
Esta resenha não possui spoilers!

Não vou falar aqui sobre a trama em si, pois não quero entregar muito mais do que já temos na sinopse, e sim um apanhado sobre a leitura no geral, então fiquem despreocupados pois não terá nenhum spoiler!

Há mais ou menos dois meses eu finalizei a leitura do livro A Casa das Sete Mulheres (resenha aqui), um livro que me surpreendeu positivamente, com uma bela história sobre guerra, amor e morte. Mas aquela história, tão bonita e tão triste, não acabou naquele primeiro volume, se estendendo por mais dois livros. Hoje a resenha é sobre o segundo livro, Um Farol no Pampa, que se passa alguns anos depois dos acontecimentos do primeiro, agora com alguns personagens novos, mas ainda acompanhando a saga dos personagens que a gente conheceu tão bem.


Enquanto A Casa das Sete Mulheres é um livro que apresenta cada personagem aos poucos, tecendo a história de cada um sem pressa; com muitas cenas de guerra, mulheres fortes e amores impossíveis, Um Farol no Pampa foca especialmente no luto, na dor da perda, nas tragédias familiares. E quanta tragédia para uma só família, e ainda se estendeu por outras gerações! Esse segundo livro é bem mais melancólico, mais lento que o primeiro. Ainda temos o diário de Manuela, que continua a sofrer na eterna espera de seu amor, Garibaldi. É pelas palavras dela que sabemos o que se deu com outros personagens, mas também temos outros pontos de vista em terceira pessoa, um estilo narrativo mais amplo, que dá voz a outros personagens, outros tempos.
"É verdade que há corações que podem viver dois amores de igual intensidade, corações tão diversos deste meu, esse imprestável, para sempre consumido na lembrança de Giuseppe."
A escrita de Leticia Wierzchowski continua poética, envolvente, mas devo dizer que demorei, e muito, a me situar na história desse segundo volume. Tudo o que tinha me fascinado no primeiro, o segundo traz em demasia; achei exagerado, especialmente todas as mortes, todo o luto. No primeiro, essas partes foram bem trabalhadas, estendidas, descritas, e aqui não vi muito disso, apenas uma série de episódios infelizes, o que pesou demais a leitura, deixando-a lenta e pouco prazerosa, em minha opinião. Os novos personagens, apesar de bem construídos, não conseguiram me cativar, infelizmente.


Não foi uma leitura de todo ruim, e continuo encantada com os cenários e costumes da época. Ainda é uma delícia ler as descrições dos campos, do clima e das comemorações. Leticia consegue levar o leitor direto para o Rio Grande do século 19.
"Nunca lhe tinham falado nada sobre o amor. O amor, naquela casa, era feito de silêncios e de olhares. O amor era uma coisa inominável que fazia maravilhosas e cortejava tragédias. Ademais, sempre le tinham dito que os grandes soldados, os homens que guiavam suas cavalarias, esses não amavam. As mulheres e a guerra eram coisas mui contrárias, e ambas guardavam em si perigo igual."
Eu recomendo sim a leitura para quem gostou do primeiro livro! Não foi um livro tão bom para mim, mas já li comentários positivos de outros leitores e vejo que muita gente gostou, então não deixem de ler e continuar acompanhando a saga! Eu já tenho o terceiro e último livro em mãos e estou bem ansiosa para conferir a história de Anita e Giuseppe Garibaldi. Logo trago a resenha de Travessia para vocês!

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