sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Resenha || À Espera de um Milagre, de Stephen King

Planeta DeAgostini, 2004 || 232 páginas || Skoob
Sinopse: Paul Edgecombe é um homem velho. Muito velho. E no asilo para idosos onde passa agora seus dias, Edgecombe é assaltado por lembranças do passado. Penitenciária de Cold Mountain. O macabro corredor da morte. Frios e cruéis assassinos. Por muito tempo, Edgecombe foi guarda do presídio onde ficavam os condenados à morte, e são muitas as histórias que insistem em visitá-lo em seus dias agora vazios. Mas há uma em especial que o atormenta. Há uma em especial que não deixará Edgecombe em paz até contá-la em detalhes. Todos os detalhes. É a assustadora história de John Coffey, o gigante assassino de duas meninas. Acompanhe Paul Edgecombe neste mergulho num passado de ódio, vingança e... milagres. O corredor da morte espera sua visita.  

RESENHA ✍

Paul Edgecombe é um idoso morador de asilo que decide combater a senilidade escrevendo sobre seu tempo como chefe de bloco na prisão de Cold Mountain. Seus dias são divididos em: roubar fatias de torrada na cozinha antes da caminhada matinal, fugir do enfermeiro xereta e escrever o máximo que puder sobre seu tempo na prisão. A história contada por Paul gira em torno de um período específico, quando John Coffey chega ao Bloco E, que é responsável por abrigar os condenados à morte na cadeira elétrica, apelidada de Velha Fagulha.

John Coffey é um gigante que foi condenado pelo estupro e assassinato de duas meninas. Coffey foi encontrado com as duas irmãs aninhadas como se fossem duas bonecas em seus enormes braços negros. No momento de sua captura, John encontrava-se em um estado catatônico, chorava sem consolo e repetia a mesma frase “Não pude evitar. Tentei tirar de volta, mas já era tarde demais.”
“Não se passaram mais de dez minutos e os homens pararam, percebendo que podiam ouvir mais do que apenas os cães. Era um uivar, mais do que um ladrar, um som que nenhum cão jamais soltara, nem mesmo nos seus instantes finais de agonia. Era um som que nenhum deles jamais ouvira qualquer coisa emitir, mas perceberam todos eles, que eram um homem.”

Quando chega ao bloco E, Coffey não dá trabalho algum, e passa seus dias apenas deitado chorando. Sem história, família ou inteligência, Coffey parece ter simplesmente caído do céu. Ele não consegue lembrar mais do que uns poucos dias anteriores, e isso desperta a curiosidade de Paul, que resolve buscar informações a respeito do crime e das origens do gigante assassino que mais parece um bebê chorão que vive num eterno sofrimento.

A par de todos os detalhes do crime, Paul começa a questionar a culpa de Coffey, e começa a acreditar em uma provável inocência. Porém, muita coisa ainda deve ser explicada para fundamentar as teorias de Paul.



Além de John Coffey, o bloco E “hospeda” mais dois prisioneiros, Delacroix (que para encobrir o estupro e a morte de uma menina queimou um prédio e acabou matando mais seis pessoas) e Will Wharton (que acreditava ser o próprio Billy the Kid). Delacroix é um preso tranquilo que se ocupa em ensinar truques para seu rato de estimação o Sr. Guizos, enquanto Wharton se ocupa em criar o caos na prisão.

Seria muito fácil para Paul lidar com a rotina do bloco, mas o comportamento de seu subordinado Percy Wetemore, que não entende a tensão de se trabalhar no corredor da morte, e uma infecção urinária tem tirado o seu sossego. Mas um milagre parece ter curado sua infecção, e agora só resta a Paul lidar com Percy e esclarecer suas dúvidas sobre John Coffey.
“...O senhor acha, que se um homem se arrepende com sinceridade do que fez de errado, ele podia conseguir voltar para o tempo em que foi o mais feliz para ele, e viver lá para sempre?”
Originalmente o livro foi publicado em série, dividido em seis partes. Os leitores tiveram que esperar a publicação de cada parte para saber o fim da história (Amém por não vivermos mais nesses tempos). A história, contada em primeira pessoa pelo Paul, é nos apresentada em seis partes, que sempre começam com o presente e retoma o passado de onde parou na parte anterior. Isso dá uma quebrada no ritmo da história, mas não interfere na qualidade da trama.

Essa edição foi a primeira da Coleção Stephen King publicado pela editora Planeta DeAgostini em 2004, uma coleção de banca que chegaria aos leitores em fascículos semanais. Alô, Alô, editora pode refazer? Essa é minha primeira leitura do Rei Stephano, fiquei encantada e já fiz minha listinha de desejos. 
“O tempo aqui é como um ácido suave que primeiro apaga a memória e depois o desejo de continuar vivendo.”
AVISO: Leitura não indicada para quem tem estômago fraco, contém descrição de morte por eletrocussão que dá errado.

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